O coração aperta quando alguém percebe que contraiu o coronavírus. Palpitações, transpiração, falta de ar são comuns. O medo de morrer pod...
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O coração aperta quando alguém percebe que contraiu o coronavírus. Palpitações, transpiração, falta de ar são comuns. O medo de morrer pode provocar até a falsa sensação de infarto. Mas ele também pode ser verdadeiro – e causado pela própria covid-19. Foi o que aconteceu com o designer Marcos Ribeiro, 64 anos. Ele já tinha uma artéria do coração parcialmente obstruída.
Depois de contrair o vírus, ela ficou totalmente bloqueada, a ponto de Marcos sofrer o início de um infarto do miocárdio. “Vou ter que tomar remédios até o fim da vida”, lamenta.Como a covid-19 é uma infecção percebida pela população apenas como respiratória, as pessoas costumam temer danos no pulmão, traqueia, brônquios. Mas pesquisas recentes revelam complicações em várias outras partes do corpo. Estudos publicados na revista britânica Nature – das Universidades Estadual Paulista (Unesp) e de Washington, nos Estados Unidos – revelam que a covid-19 tem aumentado muito o risco de doenças cardiovasculares, por exemplo.
No sistema cardiovascular, o coronavírus tende a inflamar o miocárdio (músculo do coração), vasos sanguíneos, além de baixar a oxigenação no sangue. Tudo isso afeta diretamente o sistema cardiovascular. Ele também costuma atacar as células desse sistema, o que pode levar a tromboses, aumento de risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Além disso tudo, o vírus pode, também, danificar superfícies internas das veias e artérias, prejudicando o fluxo de sangue.
Dr. Joberto Sena, cardiologista do Hospital Santa Izabel, é um dos especialistas que legitimam a ideia de uma nova pandemia cardiovascular causada pelo coronavírus, embora pondere que os especialistas ainda vivem uma fase de observação.
“Após a covid, há um incremento significativo e há vários dados da literatura apontando para isso.
Por exemplo, o aumento de AVC é em torno de 50%. De ataque isquêmico transitório (AIT), também em torno de 49% a 50%. Há um aumento das arritmias na ordem de 70%, especialmente de um tipo que é conhecido como fibrilação atrial. Aumento nos casos cardiovasculares, nos casos de infarto, então, há incrementos diversos, mesmo naqueles pacientes que tiveram covid leve”, explica Dr. Sena.
Fonte: G1