De acordo com os estudantes, textos de suporte apresentavam dados sobre o percentual de pessoas por faixa etária e social que usam a in...
VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR DE:“Não precisa ser especialista para falar dos algorítimos que Google e Facebook usam para fazer publicidade, mas mostrar conhecimento de que os dados são usados para fazer propaganda. Juntando com a lei de proteção de dados pessoais na internet, aprovada pelo Congresso em julho e definindo que quem tem os dados é responsável por ele, dá um bom repertório”, completa. Os algorítimos permitem saber o quê o usuário busca e a que horas busca, podendo influenciar na escolha e na navegação dele, ou seja, por meio do comportamento, as empresas direcionam a navegação e fazem o inverso: manipulam na internet para influenciar o comportamento do usuário.
Por esses detalhes, os candidatos precisaram ontem de atenção para não sair do foco. Fake news é um das argumentações que podiam ter sido usadas, mas sempre tendo em mente que não bastava falar apenas da manipulação, sendo fundamental abordar as bases de dados por trás delas, conforme explica Geraldo Júnio. “É uma pegadinha bem sutil e é isso que o candidato precisa perceber que a banca quer. Nos últimos quatro anos, o Inep tem trabalhado essas sutilezas e definindo, assim, o recorte detalhado do que está sendo pedido.”
Outro ponto importante é a técnica da redação – uma estrutura dissertativo-argumentativa. Nesse caso, identificando o agente (os usuários) e o contexto (a própria internet) para redigir a proposta de intervenção. “O candidato pode facilmente ter desviado o foco do tema por falta de atenção ou pela inexperiência com essa estrutura de texto”, conclui o diretor do Arnaldo.
A professora Poliana Wink, do cursinho preparatório Chromos, por sua vez, diz que o tema era esperado, mas não com esse recorte. “Convivemos com essa questão diariamente. Uma das abordagens é a manipulação que as empresas podem fazer pelo nosso comportamento na internet, a partir de buscas, compras e outras questões. Principalmente, nosso comportamento como consumidor”, ressalta. Ela classificou o tema como “difícil”, em razão da desigualdade social do Brasil, onde nem toda a população tem acesso à internet.
Fonte: Enem.com