O pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), foi denunciado nesta sexta-feira (13) pela Procuradoria Geral da ...
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O pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), foi denunciado nesta sexta-feira (13) pela Procuradoria Geral da República pelo crime de racismo. De acordo com a denúncia, Bolsonaro é acusado de proferir ofensas contra a população negra e indivíduos pertencentes, além das minorias.
Na oportunidade, Bolsonaro disse que, se for eleito presidente em 2018, não iria destinar recursos para ONGs e que não vai ter "um centímetro demarcado" para reservas indígenas ou quilombolas. "Se depender de mim, todo cidadão vai ter uma arma de fogo dentro de casa. Não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola", afirmou à época.
E acrescentou: "Onde tem uma terra indígena, tem uma riqueza embaixo dela. Temos que mudar isso daí. [...] Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles".
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirma na denúncia que a conduta do presidenciável viola a Constituição e que é "inaceitável", principalmente, por se tratar de um parlamentar.
"Jair Bolsonaro tratou com total menoscabo os integrantes de comunidades quilombolas. Referiu-se a eles como se fossem animais, ao utilizar a palavra “arroba”. Esta manifestação, inaceitável, alinha-se ao regime da escravidão, em que negros eram tratados como mera mercadoria, e à idéia de desigualdade entre seres humanos, o que é absolutamente refutado pela Constituição brasileira e por todos os Tratados e Convenções Internacionais de que o Brasil é signatário, que afirmam a igualdade entre seres humanos como direito humano universal e protegido", diz Dodge na denúncia.
Além das ofensas contra quilombolas, a procuradora também elenca uma série de declarações de Bolsonaro que, segundo ela, reforçam a discriminação contra minorias. "Estas manifestações feitas pelo acusado, de incitação a comportamento e sentimento xenobófico, reforça atitudes de violência e discriminação que são vedadas pela Constituição e pela lei penal", afirmou.
Fonte: G1