Prefeitura afirmou neste domingo (27) que vai investigar se houve “eventual irregularidade” no atendimento ao menino Lucas Diego Alves, de quatro anos, que morreu após ser picado no pescoço por um escorpião enquanto dormia. A avó do menino, Heloísa Helena Godinho
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A avó do menino, Heloísa Helena Godinho, disse que no momento em que o neto chegou ao hospital municipal não havia soro antiescorpiônico, que age para combater o veneno do animal.
“Na hora não tinha o soro para aplicar, do veneno do escorpião. Ali ficou das 6h até as 8h, até o Samu chegar, que foi quando o doutor falou que já não tinha mais jeito por causa do soro”, contou a Heloísa Helena Godinho.
Avó do menino Lucas Diego Alves, que morreu após ser picado por escorpião, diz que não havia soro antiescorpiônico no hospital.
A Prefeitura de Jussara se posicionou por meio de nota oficial. Disse que vai instaurar um procedimento administrativo para investigar "eventual irregularidade" no atendimento uma vez que, de acordo com o divulgado, havia soro antiescorpiônico no estoque do município.
"(...) Ainda não se apurou o porquê de não ter sido utilizado, sendo que em razão da chegada imediata do SAMU constatou-se o estado critico de saúde da criança que fora imediatamente levada para uma unidade de saúde melhor aparelhada para o atendimento, porém mesmo sendo tomadas todas as medidas necessárias não fora possível salvar a vida do pequeno Lucas ".
O médico Henrique Prince comenta que a necessidade do uso do soro antiescorpiônico é decidida pela equipe médica, de acordo com as características de cada caso. Segundo o médico, o veneno se espalha e pode afetar vários sistemas do organismo.
"O veneno pode trazer danos renais e neurológicos. O paciente pode apresentar insuficiência renal e sintomas de confusão mental. Quando o caso é mais grave, o sistema circulatório também é afetado. Então, a partir do momento em que o médico identifica que é preciso aplicar o soro, ele deve fazer isso rapidamente, para evitar mais danos", disse.
Henrique Prince conta ainda que, em casos de crianças com menos de seis anos de idade, os riscos são ainda maiores.
O garoto, conforme o hospital, sofreu 11 paradas cardíacas. A morte foi decretada por choque cardiogênico – quando o coração perde a capacidade de bombear o sangue necessário para os órgãos vitais.
“Ficamos sem o nosso pequeno. É uma vida que a gente perdeu. É triste ter que enterrar uma pessoa, que você conviveu desde pequenininho, por causa de um soro. O médico falou que foi por causa do soro. O médico falou que se tivesse aplicado na hora, não tinha acontecido”, lamentou a avó.
"A Administração Municipal vem por meio desta, informar a população jussarense acerca do fato ocorrido com o Menino Lucas, nos seguintes termos:
Após tomar conhecimento do fato a administração convocou de imediato uma reunião com o médico plantonista e com todos os responsáveis que estavam trabalhando no Hospital Municipal no dia do ocorrido, contando inclusive com a presença de diversas autoridades tanto do executivo quanto do legislativo municipal, sendo que o principal questionamento na reunião foi a eventual falta do soro antiescorpiônico.
Em referida reunião constatamos que o município possuía em seu estoque o soro antiescorpiônico, o qual ainda não se apurou o porque de não ter sido utilizado, sendo que em razão da chegada imediata do SAMU constatou-se o estado critico de saúde da criança que fora imediatamente levada para uma unidade de saúde melhor aparelhada para o atendimento, porém mesmo sendo tomadas todas as medidas necessárias não fora possível salvar a vida do pequeno Lucas.