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RIO - A invasão da Rocinha na manhã do último domingo aconteceu, segundo a Polícia Civil, depois de um ultimato. Há cerca de um mês, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, mandou, do presídio federal onde está preso em Rondônia, a ordem para que Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que lhe sucedeu no posto de chefe do tráfico, deixasse a favela. Rogério bateu o pé e não saiu do morro. Em 13 de agosto, três homens de confiança de Nem foram encontrados mortos num carro, na Estrada da Gávea.
Na semana passada, outros aliados do antigo chefe da favela mais importante para a quadrilha, na Zona Sul, foram expulsos do morro. A cúpula da facção Amigos dos Amigos (ADA) — que domina a comunidade — decidiu, então, se unir para expulsar Rogério da favela. Nesta sexta-feira, depois de seis dias de confrontos, 950 homens das Forças Armadas ocuparam a Rocinha.
Agentes que investigam o tráfico na Rocinha já sabem que participaram da invasão traficantes do São Carlos, na Região Central do Rio, e da Vila Vintém, na Zona Oeste — todas, favelas dominadas pela mesma facção criminosa. O bando teria se reunido no São Carlos com traficantes expulsos da Rocinha e saído em comboio até a favela de São Conrado. Já na Rocinha, o grupo teria desembarcado na Autoestrada Lagoa-Barra e roubado carros de moradores para chegar à parte alta.
A decisão de invadir a favela teria sido tomada na última sexta-feira. Na ocasião, o movimento de advogados de chefes da facção no Presídio Jonas Lopes de Carvalho, unidade do Complexo de Gericinó que abriga os detentos da quadrilha, impressionou agentes penitenciários. Na unidade estão presos Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, e Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat.
Nesta quinta-feita, a Justiça decretou a prisão temporária de Antonio Francisco Bonfim Lopes, Nem da Rocinha, Rogério Avelino da Silva, Rogério 157, e outros nove suspeitos de participação na guerra.
MULHER DE NEM ERA CORREIO
A Polícia Civil investiga se Nem e Rogério romperam os laços definitivamente no final do ano passado quando a ADA se aliou à facção paulista PCC. Em janeiro deste ano, 300 homens do bando pediram para sair da Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho. O grupo é ligado a Edmilson Ferreira dos Santos, o Sassá, antigo chefe da facção que está preso há 11 anos e cumpre pena em presídio federal. Sassá não apoiava a aliança com os paulistas, ao contrário de Nem e de outros chefes, como Celsinho da Vila Vintém.
A Polícia Civil monitora uma aproximação entre Rogério 157 e Sassá. O objetivo seria manter o controle da Rocinha, mesmo sem a anuência de Nem.
Ex-segurança pessoal de Nem, Rogério herdou o tráfico da Rocinha a contragosto do antigo chefe. Desde que foi preso por homens do Batalhão de Choque, em 2011, Nem já tentou, em diversas oportunidades, indicar outros nomes para assumir o controle da favela. Em março de 2014, a Polícia Federal já havia descoberto que Nem havia mandado uma ordem, através de sua mulher, Danúbia de Souza Rangel, para Rogério 157 ser expulso. Segundo a investigação, durante visitas ao marido, no presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, ela recebia orientações e repassava ordens de Nem ao seu bando. Na ocasião, Danúbia foi presa.
Fonte: O Globo