Ao menos 12 profissionais trabalharam diretamente no caso de Luciene...
VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR DE:"Ela entrou no meu consultório, pela primeira vez, chorando, mas vimos que era possível fazer algo.
Unimos profissionais e iniciamos o tratamento para preparar a paciente para a cirurgia", conta Quintela. A partir de doações, foi possível bancar um plano de saúde a ela, com custo mensal aproximado de R$ 500.
A atendente precisou utilizar aparelho ortodôntico durante quase um ano e meio. "A mandíbula era para trás, e ela não tinha queixo. A cirurgia foi para corrigir a
A atendente precisou utilizar aparelho ortodôntico durante quase um ano e meio. "A mandíbula era para trás, e ela não tinha queixo. A cirurgia foi para corrigir a
respiração, o selamento labial e a estética facial. E isso aconteceu", explica Silva, que também teve ajuda do dentista americano David Poor.
Ao todo, 12 profissionais atuaram diretamente para a cirurgia acontecer. O procedimento ocorreu, sem qualquer eventualidade, há um mês em um hospital de Santos, e durou aproximadamente 11 horas. Duas próteses de titânio foram colocadas no lugar onde não havia ossos, para corrigir a articulação da boca.
"Eu estava tranquila, mas ansiosa ao mesmo tempo. Queria que acabasse logo, para eu ver como ficou. Ao final, eu não acreditei no que vi", conta Luciene. Até quem não falava com ela queria ver o resultado da cirurgia. "Perto de casa, quando eu passava, as pessoas ficavam sem acreditar: 'Nossa, como mudou'".
Familiares também ficaram surpresos quando a viram pela primeira vez após a cirurgia. "Minha filha sempre foi minha parceira, sempre esteve comigo e cuida de mim. Ela virou para mim e me disse como eu estava bonita. Nossa, foi especial. A minha mãe também teve a mesma reação", conta.
Em um mês, a vida dela mudou radicalmente. Conseguiu, pela primeira vez, um emprego como atendente em uma empresa de telefonia, e se mudou para o Rio de Janeiro. "Tudo é um começo, uma nova etapa. A gente fica meio assim de enfrentar, mas tem que enfrentar. Eu estou segura e me sinto aceita", garantiu.
Luciene nasceu em Peruíbe, com a síndrome e sem uma das orelhas. Ao crescer, foi vítima de preconceito e bullying. "Era difícil, pois eu não era aceita pelas pessoas. Uma vez, eu coloquei batom nos lábios e me disseram que era para tirar, pois não era Halloween (Dia das Bruxas)", lembra.
Dentro de casa, ela evitava fazer companhia às visitas e preferia ficar sempre no quarto."Na escola dos meus filhos (ela tem dois, uma de nove e outro de sete anos), os amigos deles perguntavam porque eu tinha a boca torta. Falavam que a mãe deles não era assim e que era mais bonita que eu. Eles me defendiam".
Após escutar o comentário da sogra, ela decidiu procurar ajuda, mesmo sabendo que não tinha condições para arcar com as despesas. Ao final de um evento em uma universidade, encontrou um palestrante, o dentista Wagner Nascimento, que a atendeu na associação. Foi quando tudo começou a mudar na vida dela.
Segundo os médicos, se tivesse que pagar pela cirurgia, ela teria que desembolsar entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. "Eu não tinha dinheiro nem para os R$ 500 do plano, que poderia ser uma solução". Por meio de doações ao Instituto Religar, após campanhas, ela teve as despesas custeadas. "Agora, eu quero curtir, fazer faculdade de Educação Física e viver uma nova vida".
Alessandro e Marcelo se sensibilizaram com a história de Luciene e mobilizaram colegas. Verificaram que, para o caso, havia a necessidade de reunir especialistas de diversas áreas, para que pudessem ocorrer ao menos duas soluções: resultado clínico e funcional, que propiciasse, também, seu retorno à vida social.
"Inicialmente, tínhamos planejado fazer duas cirurgias. Mas verificamos que era possível fazer tudo em uma só ocasião. Com tudo pronto, trouxemos o colega dos Estados Unidos. Ele fez um lado e eu fiz o outro. Foi um sucesso", conta Alessandro. Ele disse que se surpreendeu com o resultado "tão positivo".
Marcelo também ficou contente. "A gente sempre soube que a Luciene é bonita. Nós tínhamos comentado isso. Como ela tem os terços superior e médio (partes superiores da face) bonitos, a gente restabelecendo o terço inferior, iria dar uma face harmônica. Mas a gente não imaginava que ia ficar tão bom e funcional", confessa.
Luciene terá acompanhamento por, aproximadamente, mais um ano, inclusive com fonoaudiólogos. "É uma nova musculatura, que ela tem que se adaptar", explica Silva. Nesse período, ela retornará a Santos para consultas. "Mas vamos buscar no Rio de Janeiro parceiros para cuidar dela lá também", diz Quintela.
Ao menos 12 profissionais trabalharam diretamente no caso de Luciene (Foto: Divulgação/Unimes)
Ao todo, 12 profissionais atuaram diretamente para a cirurgia acontecer. O procedimento ocorreu, sem qualquer eventualidade, há um mês em um hospital de Santos, e durou aproximadamente 11 horas. Duas próteses de titânio foram colocadas no lugar onde não havia ossos, para corrigir a articulação da boca.
"Eu estava tranquila, mas ansiosa ao mesmo tempo. Queria que acabasse logo, para eu ver como ficou. Ao final, eu não acreditei no que vi", conta Luciene. Até quem não falava com ela queria ver o resultado da cirurgia. "Perto de casa, quando eu passava, as pessoas ficavam sem acreditar: 'Nossa, como mudou'".
Familiares também ficaram surpresos quando a viram pela primeira vez após a cirurgia. "Minha filha sempre foi minha parceira, sempre esteve comigo e cuida de mim. Ela virou para mim e me disse como eu estava bonita. Nossa, foi especial. A minha mãe também teve a mesma reação", conta.
Em um mês, a vida dela mudou radicalmente. Conseguiu, pela primeira vez, um emprego como atendente em uma empresa de telefonia, e se mudou para o Rio de Janeiro. "Tudo é um começo, uma nova etapa. A gente fica meio assim de enfrentar, mas tem que enfrentar. Eu estou segura e me sinto aceita", garantiu.
Luciene nasceu em Peruíbe, com a síndrome e sem uma das orelhas. Ao crescer, foi vítima de preconceito e bullying. "Era difícil, pois eu não era aceita pelas pessoas. Uma vez, eu coloquei batom nos lábios e me disseram que era para tirar, pois não era Halloween (Dia das Bruxas)", lembra.
Dentro de casa, ela evitava fazer companhia às visitas e preferia ficar sempre no quarto."Na escola dos meus filhos (ela tem dois, uma de nove e outro de sete anos), os amigos deles perguntavam porque eu tinha a boca torta. Falavam que a mãe deles não era assim e que era mais bonita que eu. Eles me defendiam".
Após escutar o comentário da sogra, ela decidiu procurar ajuda, mesmo sabendo que não tinha condições para arcar com as despesas. Ao final de um evento em uma universidade, encontrou um palestrante, o dentista Wagner Nascimento, que a atendeu na associação. Foi quando tudo começou a mudar na vida dela.
Segundo os médicos, se tivesse que pagar pela cirurgia, ela teria que desembolsar entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. "Eu não tinha dinheiro nem para os R$ 500 do plano, que poderia ser uma solução". Por meio de doações ao Instituto Religar, após campanhas, ela teve as despesas custeadas. "Agora, eu quero curtir, fazer faculdade de Educação Física e viver uma nova vida".
Alessandro e Marcelo se sensibilizaram com a história de Luciene e mobilizaram colegas. Verificaram que, para o caso, havia a necessidade de reunir especialistas de diversas áreas, para que pudessem ocorrer ao menos duas soluções: resultado clínico e funcional, que propiciasse, também, seu retorno à vida social.
"Inicialmente, tínhamos planejado fazer duas cirurgias. Mas verificamos que era possível fazer tudo em uma só ocasião. Com tudo pronto, trouxemos o colega dos Estados Unidos. Ele fez um lado e eu fiz o outro. Foi um sucesso", conta Alessandro. Ele disse que se surpreendeu com o resultado "tão positivo".
Marcelo também ficou contente. "A gente sempre soube que a Luciene é bonita. Nós tínhamos comentado isso. Como ela tem os terços superior e médio (partes superiores da face) bonitos, a gente restabelecendo o terço inferior, iria dar uma face harmônica. Mas a gente não imaginava que ia ficar tão bom e funcional", confessa.
Luciene terá acompanhamento por, aproximadamente, mais um ano, inclusive com fonoaudiólogos. "É uma nova musculatura, que ela tem que se adaptar", explica Silva. Nesse período, ela retornará a Santos para consultas. "Mas vamos buscar no Rio de Janeiro parceiros para cuidar dela lá também", diz Quintela.
Ao menos 12 profissionais trabalharam diretamente no caso de Luciene (Foto: Divulgação/Unimes)
Fonte: G1